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sexta-feira, 6 de abril de 2018

Cotidiano


In the Fields - Julien Dupré (French, 1851 - 1910) The facts about sky blue light, exclusive feature, pages 2,3,6,7,8,14,15.Quando comecei a ler o livro Felicidade Conjugal de Tolstoi tive um lampejo de ideias e felicidade. Logo veio em minha mente a seguinte ideia: preciso compartilhar isso com alguém. E pensando nisso por alguns minutos, minha mente já identificou um candidato perfeito para que eu pudesse compartilhar esses sentimentos.
A narrativa é simples, acontecimentos aparentemente comuns, mas muito bem detalhados. A narrativa é mesmo encantadora pelo seu grau de proximidade que alcança junto ao leitor. Realmente me senti íntimo da história logo nos primeiros parágrafos, fato que me faz não querer largar o livro enquanto não o terminasse.

Mas, a historia parece tão íntima à vida que agora eu não tenho ânimo para indicá-la a ninguém. Para ler esta obra basta olhar com atenção para a própria vida, pois um cadinho dela se encontrar no nosso próprio cotidiano. O cotidiano, ao contrário de que muitos pensam, não é uma rotina enfadonha, mas um mar de riqueza de símbolos e significados. Esta obra me fez olhar, de novo, com outro olhos a minha vida. Longe de ser um consolo, A Felicidade Conjugal me tocou para as coisas próximas e aparentemente insignificantes da vida.

Imagem: Julien Dupré

terça-feira, 3 de abril de 2018

Sonho


             Sonhei que estávamos, eu e minha família, apartando animais brancos e hostis. A dificuldade era imensa. Para piorar não estávamos montados, mas sim a pé; corríamos como podíamos para acompanhar os animais velozes.

              No início, o que fazíamos era correr pra lá e para cá de maneira bem desorganizada. Mas logo começamos a pegar o jeito da coisa. Distribuímos-nos melhor no pasto de modo que não precisássemos nos esforçar muito para conter os animais e direcioná-los para o curral.
Não me lembro se havíamos conseguido cumprir a tarefa de prender os animais no curral, mas me lembro de perguntar a um homem se não tínhamos cavalos. Ele respondeu na maior serenidade que sim.
            Eu retruquei truculento: “então, porque não usamos eles?”
            O homem responde ainda com mais calma: “Porque com o maior esforço pessoal pudemos aprender melhor a reconhecer o valor do outro; por mais lento, pequeno ou fraco que um fosse, precisamos dele para cumprir nossa missão; cada um na máxima força de suas capacidades. Aprendemos que a unidade funciona melhor que a parte e que a união é um resultado natural do trabalho e do movimento. Não observou isso, garoto?”
            Respondi: “não, ora!
            Ele respondeu: “então você estava só apartando animais”. Virou-se olhou para o céu e finalizou: “Eu estava pensando na Unidade e unindo meus familiares”.