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domingo, 30 de setembro de 2012

Procissão do realejo




Procissão do realejo

Há tantos sonhos e desejos,
Que se atropelam apertados
Em uma caixa de realejo
De frouxas manivelas
A tocar o cortejo

À luz de velas,
Bruxuleante,
Em meio a pedras
Rumo ao futuro;
Sem pressa.

Sem certeza,
Sem nada.
Apenas a carga.

Domingo


 É domingo a tarde, dia 30 de setembro, o tédio reina nos corpos parados pela monotonia dos afazeres. Estou febril. Escrevo como fuga tentando acelerar os ponteiros do relógio; para chegar a algo mais interessante... O que tenho é ansiedade.

Vultos translúcidos                                               Sem forma
Dos mais simples                                                   Nem fidelidade
Fantasmas.                                                            Larvas Para com
De puras imagens                                                 A realidade.
E palavras.                                                             São acidentais e
                                                                                Reais por acidente.



Vulto, de Joandres Soares

Vulto,  de Ana Cláudia

sábado, 29 de setembro de 2012




 Ítalo Mariconi foi o responsável pela organização da obra completa de Mario Quintana. Em entrevista a Revista Cult, (http://revistacult.uol.com.br/home/2012/09/o-poeta-da-solidao/) foi indagado sobre qual seria o poema mais importante de Quintana. Curto e objetivo, diz que é impossível determinar e que sua obra “é o universo formado por essa constelação de fragmentos iluminados que nos pega como leitores.”
De fato, são detalhes pequenos que nos prende a obra, bem como a engrandece em riqueza. Mario é grande com poucas palavras.

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já esta
va em ti...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tempestade

 É um pesadelo no total breu com fleches esporádicos de luz; relâmpagos em meio a tempestade. Ilumina mais ou menos o caminho que logo se apaga. Perdido e encontrado; calmo e desesperado; lucido e louco...