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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vida poética


Soneto: 001

Vida poética

A poesia está nas coisas,
Da significação ao mundo.
Amante de carne e sangue
És viva, pulsa constante.

A palavra poética tem vida,
Ritmada pela dança amorosa
Entre palavras e encantações
Das memórias e das imaginações.

Não são verdade os versos lidos
Os relidos já não é a mesma verdade,
São inconstantes são aflitos.

Amores, sonhos, existência e vidas.
São descritos *sangra a mão do poeta,
E com sangue palavras são escritas.

Fotografar

De Joandres Soares

De Joandres Soares 
     É relativamente fácil ver o mundo. Fotografar as coisas em procura do melhor ângulo é ver artisticamente. A fotografia é uma expressão artística de incontáveis possibilidades de criação, pois cada fotografia é única porque é a captura de algo em um determinado tempo. E o tempo não para. É arte única.
De Joandres Soares 



Sonhar

            O que há entre a loucura e a realidade? Nada, absolutamente nada. E se fosse o inverso? E o que há entre a realidade e a loucura? Bom... Entre a realidade e a loucura há todo um infinito de possibilidades. Este meio, onde tudo é possível, é um mundo dos sonhos, dos desejos, é o mundo surreal; e tudo que há neste mundo de sonhos há de ser real. Por mais absurdo que um sonho seja ele é real porque é sonhado, mas não existe porque é sonho, mas todo sonho há de se realizar um dia; é a lei de sonhar. Não haveria sentido em sonhar com o impossível. Afinal, o que é impossível? Uma vez o homem jurou impossível o sol estar ao centro do universo, jurou mesmo, ser impossível a existência de outros mundos; impossível ir à lua; impossível destruir uma cidade com uma única arma... Já disse que entre a loucura e a realidade não existe nada, mas entre a realidade e a loucura as possibilidades são inúmeras, infinitas e todas possíveis.

        Todos podem ser deuses de suas vontades, mas não há humano sequer, que deixe de ser submisso aos seus sonhos... É o mesmo que sonhar que se esta caindo em um espaço vazio, onde se esta vendo o local da queda se aproximando lentamente e aumentando de tamanha gradativamente, em sonho, lutamos desesperadamente para nos agarrarmos em algo que nos salve, mas não importa o quão forte seja essa vontade de sair desta situação, continuamos caindo em total desespero, e a queda é inevitável; e quando finalmente chegamos ao solo tudo fica escuro, é como se tudo apagasse; tudo se acaba, o medo, o desespero, os sentidos tudo se esvaece. Então acordamos assustados, e esse momento de despertar é o mesmo da morte no sonho. É como se não tivesse tempo algum de intervalo nessa passagem, morremos no sonho e acordamos na vida... Às vezes penso: que morrer seria acordar em outra vida... E se essa vida não passar de um sonho? Mas se essa vida é um sonho, alguém ou alguma coisa sonha com ela em outro plano. E como todo sonhador é submisso aos seus sonhos, o ser que sonha com essa minha existência ou sonha conforme a natureza desta realidade ou não sonha com nada. Isso diz, por pensamento, que sou um sonho assim como a realidade que pertenço, e sonho existe porque é sonhado. E a minha existência esta nas mãos do ser que sonha com ela. Este ser não pode acordar, mas, inevitavelmente, vai acordar, acabando com toda essa realidade sonhada. Todo sonho há de se tornar realidade, simplesmente porque é sonhado, e como tudo passa, o sonhador acorda e sonho chega ao termino. Afinal tudo se acaba...


J. R. R. Tolkien


       Construir algo do nada revela-se uma tarefa improvável e utópica. Escrever uma estoria completamente desvinculada deste nosso mundo é praticamente impossível, pois todo sonho tem suas raízes, mais ou menos, fincadas na realidade. Não é possível nos desvincularmos da realidade a qual estamos familiarizados. Mas, de tempos em tempos, surge homens de uma inteligencia sublime para o fantástico que criam o mais distante possível da realidade, são capazes de criar mundos novos e realidades novas, um mundo surreal imaginado e fantástico dentro da realidade propriamente dita. As paginas dos livros de fantasia são sonhos escritos... J. R. R. Tolkien, escritor, filólogo e professor universitário britânico nascido em 1892, foi quem escreveu grandes obras fantásticas (O Hobit, O Senhor dos Aneis, Silmarillion). Nessas grandes estorias ele consegue se desvincular mais ou menos profundamente da religião, dos costumes, da historia e da filosofia do mundo real, ele não só cria um mundo mas também uma historia para ele, consumes próprios sociedades de diferentes povos que o habita, bem como uma língua nova as runas.
Então essa postagem é uma homenagem aos grandes voadores deste nosso mundo real, que em sonhos percorrem os labirintos das fantasias que somos capazes de imaginar e criar.

Que seja eterno seu sonho, Tolkien, e que não falte luz a sua alma.”

Que a humanidade fique por mais mil anos tentando viajar ao centro da terra e ao redor da lua com a mesma facilidade que Verne viajava com a mente.”

“♫ ♪ Que os vinhos permaneçam por cem anos
E não percam seu teor tao cedo.
Nos deixando embriagados sonhando e criando,
Sem dor sonhando e criando.♪ ♫”