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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Em 15min de intervalo



 Em 15min de intervalo

Sinto-me humano
– Demasiado humano
Sinto-me um androide
Da sociedade compulsória.
Sinto ralear o racional;
Sinto que sou homem,
– Tão somente um homem
O tão limitado animal social.

sábado, 11 de agosto de 2012

Moderno e contemporâneo



Moderno e contemporâneo

Parado, monótono e tão solitário,
– Este é o lugar que durmo –
Uma real atmosfera de antiquário

Com ou outro cliente taciturno.
Assim como eu, tão calado,
São aqueles que de mim
Se aproximam desconfiados.

Sou como o meu quarto;
Desinteressante, tão somente,
Sem graça – sem encanto –

O que tem de atraente?
Senão o meu espanto
Quando deparo de frente
Ao vulgar mundo estagnado
Cheio de tanta gente.

Não!

– Prefiro o cheiro antigo
Do meu quarto ao cheiro
Novo deste novo mito.

( Curto e sem emoção)

Gosto da minha calmaria
Do que dessas ruas de aflição...

Vento




 Vento

Vento é um sopro frio e quente;
É uma voz calada que grita,
Que suspira, que conta-nos segredos
Desta vida sofrida e aflita.

O vento é senão o nosso espelho:
Uma imagem revertida e tempestiva
Da realidade; é um conselho velho.

Tão antigo quanto o mundo,
Quiçá mais que este; quem sabe?
Há! Tantos segredos ainda ocultos
Por medo de conversarmos com o vento.

O vento assobia nos galhos secos
Empolgado com os tantos assuntos
Doido para se livrar dos ecos
Acumulados e refletidos
De nossa história antepassada.

Nele podemos confiar
De todas as guerras ali ele estava,
De todas as coquistas e batalhas
Ele sussurrava a quem o escutava:
Um som fino, agourento e persistente;
Um único som naquele mundo imenso,
O pior de todos, tão solitário: o Silêncio.