O que faço com o que sobra!?
A observação leva ao pensamento e a reflexões. Sentado em uma
mesa, esperando minha namorada, não pude deixar de notar que algumas
pessoas passavam por mim dirigiam o olhar para um canto onde eu não
podia ver, atrás das escadas. Fiquei intrigado com aquilo. Primeiro
pensei em mim, pois não sabia o “porquê” de estar observando
estes detalhes minúsculos e sem importância. Depois pensei no olhar
destas pessoas; tinha um certo ar de preocupação, interesse ou
pena, mas que logo adquiria um ar de extrema indiferença. Então me
lembrei que eu também olhei para aquele canto quando passei e
percebi que tivera aquele mesmo olhar de interesse e pena –
tratava-se de uma moça que estava chorando; e eu a conhecia. Mas a
ignorei completamente. Passei por ela, me sentei na referida mesa e
comecei a olhar maquinalmente os olhares das pessoas que passavam.
Depois que desvendei o motivo dos olhares para aquele canto atraia,
travei uma luta comigo mesmo. Fiquei indeciso quanto a ir ou não ir
falar com a moça. Acabei indo e descobri que ela estava com uma
enxaqueca fortíssima, tão forte que travava os dentes e chorava. O
namorado já estava a caminho para buscá-la. Acabado o episódio não
me lembrei de mais nada. Fiquei totalmente indiferente a situação –
afinal, a ajudei e não quero retribuições, pois não me custou
nada a não ser alguns minutos que me sobraram.
E vocês? O que fazem com aquilo que lhes sobram?
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